quarta-feira, 10 de outubro de 2012

012 - Alegria

Alegria

A alegria é o nosso estado natural. O que vem e vai é o nosso ego. Nós pensamos que somos infelizes, porque nós esquecemos a nossa natureza essencial, que é a beatitude. Mesmo um imperador, a despeito de sua riqueza e poder, frequentemente sofre de uma mente perturbada. O sábio, mesmo aquele não conhece de onde virá sua próxima refeição, está sempre feliz.


Por que desejamos objetos? Evidentemente, a mente deseja sentir a falta ou a posse de algo que ela quer. O objeto, uma vez obtido, preenche esse desejo de querer. Quando um objeto é obtido com sucesso, a mente sente-se realizada, em um estado de alegria. Mas o que é realmente alegria? À medida que a alegria preenche a mente desejosa, de onde vem essa alegria? Habitualmente, já que nossas mentes desejam objetos, nós pensamos que a alegria é algo que possa ser encontrada nesses objetos. Mas muito obviamente isto não é verdade. Um objeto pode nos trazer ou não alegria, dependendo da hora e da ocasião. Mas se ela não pode ser encontrada de verdade nos objetos aonde a alegria pode ser encontrada? Será que é na mente que ela reside? Não, não pode ser porque se assim fosse nós estaríamos sempre em estado de alegria e nesse caso jamais veríamos a nossa mente insatisfeita. Se a felicidade estivesse dentro da mente então nem teríamos porque desejar. Assim pode-se ver que a alegria não é algo que se encontra fora mas atualmente é um aspecto da nossa natureza que por engano ignoramos.


A alegria é a própria essência da nossa natureza; alegria e o Ser não são diferentes. Não há alegria nos objetos do mundo. Nós imaginos, por causa de nossa ignorância, que podemos extrair alegria de objetos. Quando a nossa mente se aventura no mundo externo, nós experimentamos desventura. Na verdade, quando os seus desejos são satisfeitos, a mente retorna novamente ao seu canto e sentimos a alegria que nós somos.

No ponto de júbilo você entra na Natureza real. Você foi além do seu ego. Voê é como que lançado na Natureza real e você está lá sozinho e brilhando na sua própria Glória. Isso é o que se deve entender por Alegria.


Quando estamos verdadeiramente alegres não há pensamentos – a mente e o ego entram em suspensão e Ananda, palavra em Sânscrito que pode ser traduzida por "Verdadeira Felicidade".


Ao olhar uma cereja em uma cerejeira, se você quiser saber como identificá-la, basta olhar apenas uma cereja, prová-la, e você saberá o sabor e textura de todas as frutas no pé. O único propósito sensato de uma pessoa deve ser descobrir a natureza de si própria, o seu sabor, a sua textura, e as suas cores. Todo o propósito da existência humana é conhecer a sua própria essência. É provar-se a si própria para conhecer e discernir que todos os frutos da árvore são uma única Unidade vindo de uma mesma Fonte.


Martius de Oliveira

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