domingo, 7 de outubro de 2012

009 - Sobre Livre-Arbítrio e Destino


Sobre livre-arbítrio e destino

O livre-arbítrio é um poder presumível que um indivíduo possui para agir do modo que ele/ela bem entenda. É a idéia de que nós podemos escolher de acordo com os nossos desejos e crenças morais.

O determinismo estabelece que tudo o que acontece teve causas prescedentes. Uma dessas causas seria a nossa própria vontade, de forma que ele não oferece obstáculo a existência do livre-arbítrio. Essa é a posição que a maior parte de nós assume. Nós acreditamos que as nossas ações têm um efeito (do contrário, o mundo seria anárquico) mas nós sentimos que, no entanto, temos um escolha sobre como a nossa consciência deve agir ou não.

O Advaita tradicional é efetivamente determinístico, como definido acima. A lei do carma diz que nossas vidas são o resultado de nossas ações passadas, desta ou de outras vidas pregressas. Ele estabelece que nós nascemos com sâmskaras (impressões mentais) de outras vidas que precisam ser trabalhadas agora através do purushartha ou "auto-esforço" que nos permita sobrepujar os frutos de nossas ações pregressas.

O escritor Steve Harrison disse que os pensamentos sempre parecem possuir uma escolha. A função essencial do pensamento é medir e prever. A esse respeito, nós viveríamos em um mundo de escolhas. Mas essa escolha, esse livre arbítrio, possui uma qualidade mecânica a ele associada e enquanto parece que há uma aparente liberdade, ela está de fato confinada a uma intepretação conceitual.

Dennis Waite diz que o conflito entre destino e livre-arbítrio parece um paradoxo insolúvel mas deve-se lembrar que paradoxos são por natureza para a mente apenas, que está se esforçando em aplicar razão e lógica. É a mente o real problema e não o paradoxo. Na realidade, não há carma, nem sâmskara ou dharma e que o problema de livre-arbítrio é dissolvido na entendimento de que não há ninguém fazendo uma escolha.

Martius de Oliveira


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